Monique Ferraz na sede da ONU.

O Zero Project é uma iniciativa criada pela Fundação Essl da Áustria visando pesquisar e melhorar as políticas e práticas relacionadas às pessoas com deficiência (PcD).

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o último censo nacional aponta que 46 milhões de brasileiros declaram ter algum grau de dificuldade permanente em ao menos uma das habilidades abaixo:

Isso quer dizer que cerca de 24% da nossa população tem deficiência.

Apesar desse número ser chamativo, ainda temos uma longa jornada até construir um mundo livre de barreiras.

No Brasil, por exemplo, é comum encontrarmos escolas, faculdades, restaurantes, estabelecimentos e até mesmo locais públicos que não podem ser acessados com facilidade por PcDs.

Pensando em mudar essa realidade, há o Zero Project. Continue lendo e saiba mais sobre essa iniciativa.

O que é o Zero Project?

O Zero Project, como já falado, foi fundado pela Fundação Essl da Áustria e tem como objetivo criar um mundo sem nenhuma barreira.

Para isso, toda a sua atuação se baseia nos Direitos das Pessoas com Deficiência estabelecidos na Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU).

A partir desses direitos, a iniciativa encontra e compartilha soluções que podem melhorar o dia a dia e trazer mais direitos para as PcD.

Para isso, há a união entre a inovação com a política, buscando ao máximo estimular a criação de uma sociedade mais acessível e inclusiva.

Quais suas temáticas?

O Zero Project realiza conferências anuais para compartilhar iniciativas com impacto positivo na sociedade.

Para fazer a avaliação de todas as contribuições coletadas de mais de 35 países, utiliza-se os quatro fatores-chaves descritos pela ONU:

Empregabilidade

Garantir o direito ao trabalho a todas as PcD, o que ainda está distante de se tornar uma realidade.

No Brasil, apenas 0,9% de todas as pessoas com carteira assinada contam com algum grau de deficiência.

Vida independente

Essas pessoas devem ter autonomia e dignidade para tomar as decisões sobre a suas próprias vidas.

Mas a vida independente vai além. É preciso que a própria sociedade aceite essa autonomia para respeitá-las.

Participação política e educação

Promover o engajamento e a participação na vida pública e política sem haver qualquer tipo de preconceito.

Além disso, esse fator-chave foca na criação de um sistema de educação inclusivo para todas as pessoas, inclusive as com dificuldade de aprendizagem.

Acessibilidade

Permitir que as PcD participem ativamente da vida, havendo acesso a ambientes físicos e virtuais.

Para isso, é preciso repensar na arquitetura dos locais, assim como haver mais investimento em tecnologias inclusivas.

Em 2018, a Conferência do Zero Project teve como foco as políticas e práticas de acessibilidade inovadoras, o que também está diretamente ligada com a vida independente.

Pessoalmente, tive a honra de ser premiada por representar o Brasil em conjunto com a UFRJ em soluções de baixo custo e alto impacto na eliminação de barreiras arquitetônicas.

A construção e a adaptação dos ambientes para torná-los mais acessíveis sempre foi uma questão que me levantou interesse.

Fico muito feliz com esse reconhecimento e tenho muito orgulho de ser reconhecida pelo meu trabalho.

Saiba mais sobre minha carreira e os projetos desenvolvidos ao longo dela no meu site.